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Saída de perfusão após cardioplegia: qual é o tempo ideal de reperfusão miocárdica?


O Bypass de suporte e reperfusão do coração transplantado. Observem que o coração apenas contrai apenas mediante estímulo mecânico, sendo necessário aguardar sua total recuperação para saída de circulação extracorpórea. Cirurgia realizada pelo Professor Wanderley, cirurgião cardiovascular Alagoano.

A saída de perfusão é sempre um momento crítico. Não é possível simplesmente parar a circulação extracorpórea após reestabelecer a perfusão sanguínea do coração, é necessário que o coração volte a bater com todo o vigor e tenha capacidade de oferecer débito para o corpo.

Sabidamente, o tempo de isquemia (tempo que o coração ficou parado sob proteção da cardioplegia), fração de ejeção baixa do ventrículo esquerdo e proteção miocárdica insatisfatória são variáveis que podem deixar o miocárdio com depressão funcional transitória. Na verdade, até mesmo curtos períodos de clampeamento da aorta podem ser seguidos de depressão leve, que rapidamente é seguida pela retomada de uma ação cardíaca eficaz.

Mas quanto tempo de “bypass” de suporte e reperfusão o coração precisa para retomar sua função?

Segundo Maria Helena, "a maioria dos corações se beneficia de um curto período de bypass de suporte, de cerca de 15 a 20 minutos, para cada hora de clampeamento aórtico".

Kirklin, outra referência bem conhecida pra quem tem vivência em cirurgia cardíaca, estabelece valores similares: 15 minutos para cada hora de clampeamento aórtico.

Mas como é feito na prática?

Na prática quase nunca focamos em 15-20 minutos de reperfusão para cada hora de clampeamento. O mais rotineiro e sensato é observar os mais variados sinais que denotam uma recuperação adequada do coração após o tempo de isquemia.

O cirurgião tende a observar variáveis como: 1) ritmo e freqüência do coração; 2) contratilidade miocárdica e sincronia entre os ventrículos; 3) resposta do coração mediante administração de volume; 4) capacidade do coração dar suporte hemodinâmico mediante redução do fluxo da circulação extracorpórea e 5) alterações metabólicas vistas na gasometria. Se tudo estiver adequado, mesmo com períodos mais curtos de bypass de suporte, a saída de perfusão costuma ser tranquila.

Take-home message:

  • O tempo ideal de reperfusão miocárdica é aquele que o paciente precisa!

Referências:

1. HELENA, M. Fundamentos da Circulação Extracorpórea. Rio de Janeiro. Centro Editorial Alfa. 2006

2. Kirklin/Barratt-Boyes Cardiac Surgery. 4th edition

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