Anatomia Cirúrgica da Artéria Radial na Revascularização do miocárdio: dicas e armadilhas.
O vídeo acima faz parte da nossa aula sobre a artéria radial como enxerto na revascularização do miocárdio.
A aula completa (da anatomia as evidências) está disponível no YouTube
(link no final da postagem).
A artéria radial é amplamente utilizada em procedimentos cirúrgicos, como acessos vasculares e enxerto para revascularização do miocárdio. Para realizar a dissecção dessa estrutura de forma segura e eficiente, é essencial compreender detalhadamente sua anatomia e as relações com estruturas adjacentes, como músculos, nervos e outras artérias. Este resumo didático apresenta os principais pontos anatômicos e técnicos para a abordagem da artéria radial, enfatizando a identificação de referências anatômicas, a preservação de estruturas importantes e cuidados para evitar complicações intraoperatórias.
Estruturas Relevantes na Dissecção da Artéria Radial:
Músculos:
Braquiorradial:
Localização: Lateral, cobre a artéria radial no 1/3 proximal do antebraço.
Relevância: Principal referência anatômica; deve ser deslocado lateral e superiormente para expor a artéria (use o afastador Weitlaner)
Flexor radial do carpo:
Localização: Medial à artéria radial.
Pronador redondo:
Localização: Região cubital; menos relevante para a dissecção, mas importante como referência adicional.
Artérias:
Radial:
Ramo da Artéria braquial
Localização: Superficial no 1/3 distal; no 1/3 proximal, está abaixo do músculo braquiorradial.
É acompanhada de duas veias. Armadilha: deixar essas veias sem ligadura ou clips.
Ulnar:
Irmã da radial, também ramo da artéria braquial quando esta se bifurca na fossa cubital.
Localização: Posição medial no antebraço; importante analisar a sua patência e compentência antes de dissecar a Radial. Evitar lesões, naturalmente, para preservar a perfusão do antebraço. Maior risco no 1/3 proximal do antebraço.
Artéria recorrente radial anterior:
Ramo da artéria radial;
Artéria armadilha. Devemos ter cuidado parapreservar durante a dissecção (se paulear, sangra pra cacete).
Ela sinaliza proximidade com a artéria Ulnar (armadilha maior ainda).
Nervos:
Nervo Cutâneo lateral do antebraço (ou nervo cutâneo antibraquial lateral):
Função: Sensitivo; lesões podem causar parestesia sem perda motora.
Localização: Percurso lateral no antebraço.
Nervo Radial superficial:
Função: Sensitivo; lesões podem comprometer sensibilidade.
Localização: Acompanha a artéria radial, sobre o músculo braquiorradial.
Resumo da Técnica para Dissecção da artéria radial
Incisão:
Iniciar na prega cutânea do punho e prolongar em direção à fossa cubital.
Cuidado com o tecido celular subcutâneo e nervos superficiais.
Marque o trajeto da artéria com o Ultrassom. Evite usar a artéria radial se o diâmetro for menor que 2 mm e houver calcificações.
Exposição:
Identificar e dissecar a fáscia do músculo braquiorradial. Deslocar o músculo com o afastador Weitlaner lateral e superiormente, e medialmente o músculo flexor radial do carpo.
Localizar a artéria radial entre os músculos braquiorradial e flexor radial do carpo.
Armadilhas:
Preservar o nervo cutâneo lateral do antebraço e o nervo radial superficial.
Identificar e evitar danos à artéria recorrente radial anterior e ulnar.
Clipar ou ligar as veias radiais concomitantes
Referências Visuais:
Topografia: Artéria radial está lateral (lado do polegar).
Relação muscular: Braquiorradial (lateral) e flexor radial do carpo (medial).
Quando mais próximo à fossa cubital, maior deve ser o cuidado com a artéria Ulnar
Assista nossa aula "ANATOMIA CIRÚRGICA DA ARTÉRIA RADIAL NA REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: das evidências à prática".
Disponível no YouTube. é só clicar acima.
Para quem gosta de técnica operatória:
React da técnica de Dissecção da artéria Radial do vídeo "Open radial artery harvesting", publicado pelo Mario Gaudino.
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