INFORMAÇÕES BÁSICAS SOBRE INSUFICIÊNCIA MITRAL (IM)!!!
ETIOLOGIA/INTRODUÇÃO.
Os componentes da valva mitral são músculos papilares e miocárdio abaixo deles, cordoalha, folhetos e anel valvar. Qualquer alteração em um desses componentes pode levar à regurgitação valvar.
A regurgitação mitral leva a um aumento da pré-carga e diminui a pós-carga. Isso leva a um incremento do ventrículo esquerdo (VE) e aumento inicial da fração de ejeção (FE); em longo prazo, devido à disfunção ventricular, leva a queda da FE e aumento do volume sistólico final de VE.
Manual de Cardiologia Cardiopappers, Segunda edição. Página 637.
QUADRO CLINICO
Muito variado. Pode permanecer longos períodos assintomáticos quanto podem apresentar sinais e sintomas de insuficiência cardíaca (IC).
No caso de insuficiência mitral (IMi) aguda, há aumento abrupto de pressão no átrio esquerdo (AE), podendo levar a edema pulmonar.
Sintomas: pode se apresentar com dispneia aos esforços, fraqueza (baixo débito) progressiva.
Pode haver fibrilação atrial (FA) devido a dilatação cardíaca, mas o risco de embolização é menor do que de outras condições que causam FA.
Pode haver quadro de dor torácica atípica e palpitações.
Sintomas de IC direita, com edema de membros inferiores e ascite, sugerem estágios avançados, em associação com hipertensão pulmonar.
EXAME FÍSICO
Ausculta cardíaca: sopro holossistólico regurgitativo, que irradia para axila, mais audível em decúbito lateral esquerdo; primeira bulha (B1) hipofonética [normofonética se prolapso de válvula mitral (PVM) ou dupla lesão]. A intensidade não necessariamente tem relação com gravidade.
Pode haver presença de terceira bulha (B3) se houver grande volume regurgitante.
Ápice cardíaco desviado para esquerda, amplo e hiperdinâmico, associado a frêmito ou regurgitação palpável (ictus valvar).
Sopro piante pode sugerir rotura de cordoalha – se houver irradiação anterior, deve-se pensar em rotura de cordoalha posterior.
EXAMES COMPLEMENTARES
ECG: – Sobrecarga de VE: sobrecarga de AE (P. mitralis); pode haver fibrilação atrial. Sobrecarga de câmaras direitas se hipertensão pulmonar. (SAE).
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Raio-x Tórax: Aumento da área cardíaca. Aumento de AE (duplo contorno). Calcificação de valva mitral. Sinais de congestão pulmonar.
https://pt.slideshare.net/BrendaLahlou/sinais-do-raio-x-de-trax
Ecocardiograma: Auxilia na avaliação da gravidade e na identificação da etiologia da doença valvar.
Cateterismo: indicado para
Descartar coronariopatia associada em pacientes com sintomas sugestivos de insuficiência coronariana.
Descartar coronariopatia em pacientes homens acima de 40 anos; em mulheres pré-menopausa acima de 40 anos com fatores de risco para doença coronariana; ou em mulheres pós-menopausa.
Avaliação da gravidade da regurgitação valvar e suas implicações hemodinâmicas, caso haja discrepância clínico-radiológica.
CLASSIFICAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA MITRAL (IM).
Com relação a Gravidade
Manual de Cardiologia Cardiopappers, Segunda edição. Página 639.
Com relação ao local de acometimento primária e secundária.
Primária: envolve o a válva propriamente dita.
Secundária: envolve o aparato subvalvar, as estruturas de suporte valvar.
Carpentier's Reconstructive Valve Surgery From Valve Analysis from Valve Reconstruction; Saunders Elseviers; 2010; página 07.
Classificação de Carpentier para IM.
Carpentier's Reconstructive Valve Surgery From Valve Analysis from Valve Reconstruction; Saunders Elseviers; 2010; página 06.
TRATAMENTO
Clínico.
O tratamento medicamentoso não apresenta benefícios em morbimortalidade.Indicado como ponte para cirurgia, se paciente sintomático.
Visa reduzir a pós-carga. Podem-se utilizar vasodilatadores [por exemplo, inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA)] e diuréticos, associados à restrição hidrossalina.
Se FA associada, pode-se utilizar digoxina.
Profilaxia para endocardite infecciosa e para febre reumática se indicada. Anticoagulação se houver FA.
OBS:. Se IM aguda: vasodilatador (nitroprussiato) e suporte com balão intra-aórtico (diminui a pós-carga), para redução do volume regurgitante valvar. Inotrópicos se necessário.
Cirúrgico.
Tentar preservar a valva sempre: valvoplastia. É mais factível em casos de prolapso do folheto posterior da mitral.
Se FE < 30% e não for conseguir preservar a valva, optar por não operar, já que geralmente há redução na fração de ejeção após o procedimento. Lembrando que na IM a FE é superestimada.
Em casos de IMi funcional secundária à IC, pacientes devem ser tratados com os medicamentos indicados para essa condição. A terapia de ressincronização elétrica, quando indicada, pode melhorar substancialmente a fração regurgitante e os sintomas.
2017 ESC/EACTS Guidelines for the management of valvular heart disease; página 2760.
2017 ESC/EACTS Guidelines for the management of valvular heart disease; página 2762.
RESUMINDO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Manual de Cardiologia Cardiopappers, Segunda edição. Páginas 637-642.
2017 ESC/EACTS Guidelines for the management of valvular heart disease; página 2758 -2762.
Carpentier's Reconstructive Valve Surgery From Valve Analysis from Valve Reconstruction; Saunders Elseviers; 2010. Páginas 5-10.