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O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE BALÃO INTRA-AÓRTICO (BIAo)!!

Atualizado: 15 de jul.

  • INTRODUÇÃO

    • Introduzido há mais de 50 ano, o balão intra-aórtico (BIAo) ainda é o dispositivo de suporte circulatório mais utilizado no mundo para o tratamento do choque cardiogênico.

    • Apesar de não haver na literatura estudos randomizados que demonstrem redução de mortalidade, o BIAo é frequentemente indicado em pacientes com IAM e instabilidade hemodinâmica em que se espera recuperação do miocárdio atordoado.

    • Sua utilização na Insuficiência Cardíaca (IC) avançada é controversa, porém está associada à estabilização clínica e manutenção da perfusão tecidual durante as fases avançadas da doença, podendo ser indicado como ponte para recuperação ou transplante cardíaco.

    • O funcionamento do BIAo é baseado no princípio da contrapulsação, em que o sangue é impulsionado também durante a diástole e o desempenho ventricular esquerdo é facilitado pela deflação do BIAo imediatamente antes da próxima sístole ventricular.

  • MECANISMO DE AÇÃO

    • Insuflação na diástole

    • Aumento da pressão diastólica na raiz da aorta.

    • Aumento da perfusão coronária.

    • Aumento da oferta de O2 ao miocárdio.

    • Desinsuflação na sístole

    • Reduz a pós-carda por efeito de "vácuo".

    • Redução do trabalho cardíaco e do consumo miocárdico de O2.

    • Aumento do débito cardíaco.

  • INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

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Cardiologia, cardiopapers; Capítulo 73; pág. 664

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Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 664

  • CICLAGEM

    • O sistema precisa de um sinal (trigger) para identificar o início do ciclo cardíaco e coordenar a contrapulsação. Podem ser de dois tipos:

      • Pressão

      • ECG

  • AJUSTES E FUNCIONAMENTO DO BIAo.

    • A insuflação do BIAo. Ocorre no início da diástole (nó dicrótico da curva de pressão arterial). Um "V”profundo deve ser observado no nó dicrótico da curva de pressão arterial quando o balão infla.

    • Com a insuflação do balão, a pressão diastólica aórtica aumenta e um segundo pico de pressão é observado ( chamado de aumento diastólico, que é idealmente maior do que a pressão sistólica ).

    • O BIAo. Normofuncionante resultará:

      • Redução da pressão sistólica assistida.

      • Redução da pressão diastólica final assistida.

      • Pico do aumento diastólico será maior que a pressão sistólica não assistida.

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Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 666

  • EFEITOS INDESEJÁVEIS DO BIAo.

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Cardiologia, cardiopapper; Capítulo 73; pág. 666

  • TÉCNICA DE INSERÇÃO

    • Anestesia local.

    • Puncionar com uma agulha 18gauge, em ângulo de 45 graus, a artéria femoral comum, cerca de 2cm abaixo do ligamento inguinal.

    • Obs:. A punção alta pode ocasionar hematoma retroperitoneal ao passo que a punção baixa pode ocasionar pseudoaneurisma.

    • Após a punção, passasse o fio guia, retira-se a agulha. Faz-se uma pequena incisão na pele para facilitar a passagem do dilatador. Após a passagem do dilatador, inseri-se o introdutor e passass-e o BIAo pelo fio guia, até a altura do ângulo de louis. (2cm distalmente a artéria subclávia esquerda).

    • Após a passagem do BIAo., fixa-se o mesmo e solicitasse um raio-x para certificar-se que está adequadamente posicionado.

  • FATORES QUE INTERFEREM NO AUMENTO DIASTÓLICO

    • Relacionado a ciclagem.

    • Diminuição do volume sistólico (taquicardia ou baixa fração de ejeção).

    • Aumento da resistência vascular periférica.

    • Drogas vasoativas.

    • Baixa temperatura corporal.

    • BIAo. Dentro do introdutor.

    • Posição inadequada.

    • Dobra no cateter.

    • Vazamento de gás na membrana do BIAo.

    • Baixo suprimento de hélio.

  • COMPLICAÇÕES

    • Sangramento local.

    • Hematoma de retroperitônio.

    • Dissecção ou ruptura da aorta.

    • Infecção.

    • Trompocitopenia.

    • Ruptura do balão.

    • Isquemia de membro inferior após BIAo. São:

    • Idade >75 anos.

    • Doença vascular periférica.

    • DM.

    • Sexo feminino.

    • Superfície corporal diminuída (<1,65m2).

  • QUAIS CUIDADOS TENHO QUE TOMAR COM O MEU PACIENTE COM BIAo.?

    • O paciente deve ficar em decúbito dorsal com o membro inferior restrito.

    • Ao trocar o curativo do sítio de inserção, ficar atento para sangramentos.

    • Avaliar sinais de insquemia a cada 6h. (mudança de cor, temperatura e checar pulso).

    • Verificar hemograma e plaquetas, coagulograma (avaliar hemólise, plaquetopenia, ação antiacoagulante).

    • Checar sinal do ECG e a atuação do BIAo nas curvas de pressão para avaliar efeito hemodinâmico do BIAo.

    • Checar a quantidade de gás hélio no monitor.

    • Avaliar a posição da ponta radiopaca do cateter de BIAo. A cada 12-24h no raio-x tórax.

  • RETIRADA E DESMAME

    • Após melhora dos parâmetros macro-hemodinâmicos e micro-hemodinâmicos

      • Diurese.

      • PA.

      • FC.

      • Perfusão tecidual.

      • Saturação venosa de O2.

      • Lactato.

      • BE.

      • CO2 gap.

      • Bicarbonato.

    • Inicialmente é recomendado diminuir a dose de ionotrópico pela metade para possível backup após desligado o suporte circulatório mecânico.

    • O suporte circulatório pode ser diminuído de duas formas, sendo essa diminuição feita de 3/3 ou 6/6h, sendo realizado avaliação dos parâmetros macro/micro-hemodinâmicos:

    • Diminuir a frequência de assistência (1:1 / 1:2 / 1:3).

    • Intensidade da assistência (grau de insuflação do BIAo).

    • Nunca se deve retirar o BIAo. Através do introdutor, uma vez que ele entra pelo introdutor, porém não consegue sair através dele.

    • O paciente deve ficar em repouso por 6h após a retirada.

  • TAMANHO DO BIAo.

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  • Referência Bibliográfica:

    • Cardiologia, Cardiopapers; capítulo 73; pág. 664-669.


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