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Foto do escritorBruno S. Holz

Indicações de intervenção na endocardite infecciosa


Endocardite infecciosa é uma doença que mesmo com antibióticoerapia adequada apresenta altas taxas intra hospitalares de mortalidade, algo em torno de 15% a 20% e mortalidade em um ano em torno de 40%. Incidência de 3 a 10 pacientes por 100,000 ao ano, com maior prevalência em paciente mais idosos. O risco de EI em pacientes com dispositivos intracardíacos ou valvas cardíacas são 50 vezes maiores do que a população em geral.

  • Pacientes que apresentam risco aumentado para EI:

  • Portadores de dispositivos intracardíacos.

  • Portadores de valvas cardíacas.

  • Usuários de drogas.

  • Diabetes mellitus.

  • Imunossupressão.

O tratamento medicamentoso continua sendo o pilar para combater a EI porém cirurgia precoce em alguns casos são necessários devido a destruição da valva cardíaca e suas estruturas adjacentes, causando danos muitas vezes irreversíveis. O tempo ideal para realizar o procedimento cirúrgico não é consenso na literatura. Alguns trabalhos indicam cirurgia dentro de 7 dias após o diagnóstico de EI, outros relatam tempos maiores como após 4 semanas após antibiótico terapia guiada. Único consenso é: para tratamento de EI necessita-se de um Heart Valve Team (time de valvas do coração) para formular a melhor estratégia para o paciente. O time deve ser composto por pelo menos um cirurgião cardíaco, um cardiologista e um infectologista.

  • Recomendações da AHA (American Heart Association 2014) para intervenção:

  • ​Classe I: Decisão sobre o melhor momento para se operar deve ser discutido com equipe multidisciplinar envolvendo cirurgião cardíaco, cardiologista e infectologista. Nível de evidência B

  • Classe I: Cirurgia precoce ( durante internação hospitalar, após completar esquema completo de antibiótico terapia) é indicado em pacientes com EI que apresentam disfunção valvar resultando em sintomas de insuficiência cardíaca. Nível de evidência B

  • Pacientes que realizaram cirurgia cardíaca por EI apresentaram taxa de mortalidade intra hospitalar em torno de 21% vs 45% em pacientes com tratamento medicamentoso isolado.

  • Taxa de mortalidade em 1 ano de 29,1% em pacientes que realizaram procedimento cirúrgico vs. 58,4% nos pacientes que não realizaram procedimento cirúrgico.

  • Taxa de reinfecção da prótese valvar de 5-10% dos pacientes, sendo a grande maioria usuários de drogas injetáveis.

  • Classe I: Cirurgia precoce ( durante internação hospitalar, após completar esquema completo de antibiótico terapia) é indicado em pacientes com EI no lado esquerdo causado por S. aureus, fungo ou outras microrganismos resistentes. Nível de evidência B

  • ​Nos EUA 34% dos casos de EI se devem ao S. aureus.

  • Classe I: Cirurgia precoce ( durante internação hospitalar, após completar esquema completo de antibiótico terapia) é indicado em pacientes com EI complicando com bloqueio do no AV, abscesso valvular ou paravalvular, fístulas, vegetações acima de 10 mm. Nível de evidência B

  • Quando os pacientes com EI apresentam complicações a taxa de mortalidade sem tratamento cirúrgico gira em torno de 49%

  • Os resultados a longo prazo do tratamento cirúrgico são satisfatórios em centros que apresentam expertise no assunto. Taxa de sobrevivência em 5 anos fica em torno de 76% Livres de recorrência em 8 anos se realizado um debridamento efetivo e troca da valva fica em torno de 76%

  • Classe I: Cirurgia precoce ( durante internação hospitalar, após completar esquema completo de antibiótico terapia) é indicado em pacientes com EI que apresentam infecção persistente manifestada através de bacteremia persistente ou febre com duração de mais do que 5-7 dias após o início de antibiótico terapia adequeada. Nível de evidência B

  • Classe I: Cirurgia é recomendada para pacientes com valva prostética que apresentam recorrência de bacteremia após antibiótico terapia adequada e hemoculturas negativas sem outros focos de infecção identificáveis. Nível de evidência C

OBS:. todos os dados foram tirados dos guidelines da AHA, representando basicamente a realidade americana, com toda certeza no Brasil os números são diferentes.

  • Recomendação de intervenção na endocardite infecciosa da ESC 2015

2015 ESC Guidelines for the management of infective endocarditis; pág 3099

Referência bibliográfica

1) 2014 AHA/ACC Guideline for the Management of Patients With Valvular Heart Disease; pág. 129-138.

2) 2015 ESC Guidelines for the management of infective endocarditis; pág 3099


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